29 janeiro 2009

Sorriso amarelo


Sempre fantasiei secar minhas lágrimas
E rios tolos de sentimentos, ainda simples, escorrem
Navego insensato por dores alheias
Velejo acabrunhado em meus males por meus mares
Sempre vejo úmidas imagens nessas tristezas
E alegrias me acompanham marejadas e cristalinas
Pupila se dilata e dilacerada emoção envolvente
Mente sempre aos meus sentidos cegos
Talvez apenas singelos
Talvez apenas cores estremecidas
Cerro meus olhos em desccanso aparente
Em vez do luto inebriante de imagens desconexas
Saltam sempre a minha frente esse frenesi psicodélico
Adormeço somente o cansaço dessa carne moribunda
Desperto ainda com pouco juízo em minhas mágoas
E sorrio amarelo ao novo dia

Luanda, 29 de Janeiro de 2009