19 junho 2009

O Silêncio

Já disse antes que o pesado som do silêncio me assusta
E que não sei o que se esconde atrás das portas
Podendo ser apenas outras portas
Mas nada disso preenche meus dias sorumbáticos
Minha solidão tão imprecisa e tão cheia de vozes
De meus poucos amigos
De minhas muitas saudades
Nada pode ser tão grande assim
Que eu não possa esquecer as outras tristezas
Nem sorrir próximas alegrias, que virão, eu sei
Mas esse silêncio pesa em meus ouvidos
Talvez tenha ensurdecido tantas vozes de outras eras
Ou simplesmente não querem mais dizer cousa alguma
Fico, então, apenas esperando que algo aconteça
Voz rouca
Olhar incerto
Sono impreciso
Mãos trêmulas
Mente absorta
Garganta seca
Alma moribunda
Como a de todos os outros santos e demônios
A esperar que alguma tragédia não anunciada
Não aconteça
E todos sejam felizes para sempre
E que esse silêncio tolo tenha algo a dizer


Aparecida de Goiânia, 19 de junho de 2009