Já disse antes que o pesado som do silêncio me assusta
E que não sei o que se esconde atrás das portas
Podendo ser apenas outras portas
Mas nada disso preenche meus dias sorumbáticos
Minha solidão tão imprecisa e tão cheia de vozes
De meus poucos amigos
De minhas muitas saudades
Nada pode ser tão grande assim
Que eu não possa esquecer as outras tristezas
Nem sorrir próximas alegrias, que virão, eu sei
Mas esse silêncio pesa em meus ouvidos
Talvez tenha ensurdecido tantas vozes de outras eras
Ou simplesmente não querem mais dizer cousa alguma
Fico, então, apenas esperando que algo aconteça
Voz rouca
Olhar incerto
Sono impreciso
Mãos trêmulas
Mente absorta
Garganta seca
Alma moribunda
Como a de todos os outros santos e demônios
A esperar que alguma tragédia não anunciada
Não aconteça
E todos sejam felizes para sempre
E que esse silêncio tolo tenha algo a dizer
Aparecida de Goiânia, 19 de junho de 2009
2 comentários:
É poeta, o silêncio por vezes incomoda mais que quando estamos em meio a uma multidão, mas, penso ser tudo uma questão de estado de espírito, assim como a solidão, tbém a tristeza, a alegria, a felicidade... enfim sáo coisas subjetivas e efemeras que nos "rondam" constantemente. Prazer ler voce. Eriem Ferrara (poetisa).
Obrigado pelo comentário. Estado de espírito é o que inspira o poeta. E na solidão, os sentimentos mais diversos tomam conta.
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