18 dezembro 2011

Trecheiro


Raizes para plantas sensíveis
As famílias, frágeis raízes,
rizíveis até, para bárbaros tão modernos
sem morada certa, ao certo.
Desbravadores de novas terras, novas tradições.
Rostos a mais em meio a multidões,
líderes de quefazeres sem fim,
inacabados, abandonados em novas lides.
Raízes são para as plantas indefesas.
Os tênues laços de família suportam ausências sem fim.
Sons de tambores e sinais de fumaças marcam presenças ilusórias.
Sentidos aguçados percebem ondas eletromagnéticas,
mensagens cruzam o ar em velocidade estupenda
e as lágrimas secas não marejam nos olhos desses soldados.
As companhias frugais das bebidas e moças alegres permeiam as batalhas,
se derrotada ou não, a guerra nunca será vencida.
Outros “fronts”, outras obras precisam dos trecheiros
                Engenheiros.
Hoje um cigarro e até um pileque.
Amanhã um bordel , hotel ou uma senhora de véu;
um templo, uma basílica, um centro ou terreiro,
Mas sempre de terceiro.
As raízes podem ser profundas ou não
e o seu povo sempre espera.
Esperança que um dia o cansaço chegue,
o desânimo se aproxime,
e a morte não o desabone,
nem o abandone.
Dessa vez a raiz será arrancada
e a pobre árvore perecerá.

Marcilon
Recife, 17 de dezembro de 2011.


Homenagem aos trecheiros, Engenheiros.
Feliz dia dos Egenheiros, 11 de dezembro.

15 maio 2011

Felicidade ?

Positivamente, nego toda felicidade
se inicio assim tão decidido
São lições que aprendi nesses meus poucos anos
são poucas linhas brancas enfeitando meus cabelos
e muitas negras em muitas vidas que vejo
não apenas a fome ou as doenças incuráveis
não é apenas a morte que não conseguiremos enganar
são pequenos momentos
mas são muitos
e são os grandes e eloquentes
dias, semanas, meses e anos
sem a cor da alegria
sem o sorriso da tua face
relances pálidos aparecem
de poucos e moucos risos
talvez seja anomalia mesmo
algum dia achar ser possível
uma felicidade risível
abstrata e oferecida
simpática e honesta
singela e compreensível
Posso ter vivido outras vezes
posso ter enganado outros tantos
mas sempre chega a hora
sempre chega o destino
e até essa brevidade que nos sorriu
se vai e nos esquecerá
e nos esqueceremos
e iremos todos


Luanda, 10 de julho de 2010