Já disse antes que o pesado som do silêncio me assusta
E que não sei o que se esconde atrás das portas
Podendo ser apenas outras portas
Mas nada disso preenche meus dias sorumbáticos
Minha solidão tão imprecisa e tão cheia de vozes
De meus poucos amigos
De minhas muitas saudades
Nada pode ser tão grande assim
Que eu não possa esquecer as outras tristezas
Nem sorrir próximas alegrias, que virão, eu sei
Mas esse silêncio pesa em meus ouvidos
Talvez tenha ensurdecido tantas vozes de outras eras
Ou simplesmente não querem mais dizer cousa alguma
Fico, então, apenas esperando que algo aconteça
Voz rouca
Olhar incerto
Sono impreciso
Mãos trêmulas
Mente absorta
Garganta seca
Alma moribunda
Como a de todos os outros santos e demônios
A esperar que alguma tragédia não anunciada
Não aconteça
E todos sejam felizes para sempre
E que esse silêncio tolo tenha algo a dizer
Aparecida de Goiânia, 19 de junho de 2009
Olá, Esse espaço é para poesias, letras, músicas, contos, gastronomia, ciência etc.
19 junho 2009
23 abril 2009
Sinto saudades
A marca foi deixada como
lembrança
E ainda me lembro bem
daqueles dias tristes
E lembro exato aquele triste dia
Era dia sem cor, sem sol e
sem chuva
Não havia luz alguma em meus
olhos àquela altura
Via apenas a tristeza algures
a me modificar
Não era assim uma mudança
simples
Meus olhos não estavam secos
Antes, marejavam o mórbido e inevitável
momento
Nunca compreendi bem tais
coisas
A vida tão breve e morte tão
infinita
Esse fim anunciado e esperado
eu o sabia há muito
E há muito o temia e força
alguma iria colorir meu dia
Outrossim, nenhuma presença
fará aquela luz brilhar outra vez
Ausência é o que sinto todos
momentos
E a dor da saudade aproxima o
meu dia
Luanda, 23 de Abril de 2009
Em memória de minha mãe
Quando volto para casa
Quando a noite acorda assim meio tola
Meio tola sei que não és e nem mesmo sei quem poderá ser
Quando o dia acorda antes da noite se acabar
Acaba-se o dia mesmo sem chegar ao seu fim
Quando as nuvens choram muitas dores
Muitas dores em olhos amarados vão se acordar
Quando o hálito puro das ervas frescas está de ressaca
Bafeja doce podridão das tempestades findas
Quando as criações absurdas de poetas insanos se mostram
Se mostram nuas a toda gente pudica
Quando volto para casa à tardinha
À tardinha, apenas volto para casa
Luanda, 23 de Abril de 2009
Meio tola sei que não és e nem mesmo sei quem poderá ser
Quando o dia acorda antes da noite se acabar
Acaba-se o dia mesmo sem chegar ao seu fim
Quando as nuvens choram muitas dores
Muitas dores em olhos amarados vão se acordar
Quando o hálito puro das ervas frescas está de ressaca
Bafeja doce podridão das tempestades findas
Quando as criações absurdas de poetas insanos se mostram
Se mostram nuas a toda gente pudica
Quando volto para casa à tardinha
À tardinha, apenas volto para casa
Luanda, 23 de Abril de 2009
Felicidade Violenta demais
Sei que não se importam com essas vidas insignificantes
E nem com a astúcia dos lobos e felinos
Nem ao menos com o odor pútrido a atrair abutres e urubus
Mas essa felicidade é violenta demais
Que mudassem as cores de suas bandeiras
Sangrassem menos noites tumultuadas e sem viço
Ou dormitassem outras gargalhadas insanas
Só que essa felicidade é violenta demais
As mais infantis anedotas
As mais infames poesias pagãs
As mais carolas preces
Não perdoam tanta felicidade
Luanda, 23 de abril de 2009
E nem com a astúcia dos lobos e felinos
Nem ao menos com o odor pútrido a atrair abutres e urubus
Mas essa felicidade é violenta demais
Que mudassem as cores de suas bandeiras
Sangrassem menos noites tumultuadas e sem viço
Ou dormitassem outras gargalhadas insanas
Só que essa felicidade é violenta demais
As mais infantis anedotas
As mais infames poesias pagãs
As mais carolas preces
Não perdoam tanta felicidade
Luanda, 23 de abril de 2009
18 março 2009
Efeito MANADA
Quando eu grito, tu também gritas
. e o grito é assim ouvido.
Quando eu emociono, tu te emocionas
. e a emoção será imensa.
Quando eu choro, tu choras também
. e o choro triste se alastra.
Quando eu sorrio, tu sorris comigo
. e o sorriso alto atinge multidões.
Quando tenho fome, tu me alimentas
. e a fome não desaparecerá.
Quando eu amo, tu me amas
. e o amor não se espalhará.
Quando odeio, tu não me entendes
. e o ódio travestir-se-á em guerra.
Quando esqueço, tu me lembras
. e as lembranças são quase sempre boas.
. e o grito é assim ouvido.
Quando eu emociono, tu te emocionas
. e a emoção será imensa.
Quando eu choro, tu choras também
. e o choro triste se alastra.
Quando eu sorrio, tu sorris comigo
. e o sorriso alto atinge multidões.
Quando tenho fome, tu me alimentas
. e a fome não desaparecerá.
Quando eu amo, tu me amas
. e o amor não se espalhará.
Quando odeio, tu não me entendes
. e o ódio travestir-se-á em guerra.
Quando esqueço, tu me lembras
. e as lembranças são quase sempre boas.
10 março 2009
Gritos tristes
Vozes, tristes dos gritos.
Medos, dos gritos antigos.
Ruídos, antigos e altos.
Valsas, antigas e mudas.
Danças, tristes e antigas.
Temores, gritos tão altos.
Barulhos, gritos e gritos.
Homens velhos e antigos.
Mulheres, tardias e altas.
Odores, estranhos e tristes.
Corpos, gritos antigos.
Cigarros, gritos mudos.
Pavores, altos dos gritos.
Canções, antigas e altas.
Amigos, antigos e velhos.
Murmúrios, tristes e mudos.
Letra e Música by Manada
29 janeiro 2009
Sorriso amarelo
Sempre fantasiei secar minhas lágrimas
E rios tolos de sentimentos, ainda simples, escorrem
Navego insensato por dores alheias
Velejo acabrunhado em meus males por meus mares
Sempre vejo úmidas imagens nessas tristezas
E alegrias me acompanham marejadas e cristalinas
Pupila se dilata e dilacerada emoção envolvente
Mente sempre aos meus sentidos cegos
Talvez apenas singelos
Talvez apenas cores estremecidas
Cerro meus olhos em desccanso aparente
Em vez do luto inebriante de imagens desconexas
Saltam sempre a minha frente esse frenesi psicodélico
Adormeço somente o cansaço dessa carne moribunda
Desperto ainda com pouco juízo em minhas mágoas
E sorrio amarelo ao novo dia
Luanda, 29 de Janeiro de 2009
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