Ontem o mundo tão pequeno
para eu esconder minha pequenez extrema.
Eu não ouvi minha voz se lamentar muitas vezes,
mas lamentou-se tantas vezes apesar de tudo.
Eu ouvi vozes amigas me sussurrando alguma coisa.
Pena que meu ouvido se fez mouco uma vez mais.
Não havia nenhum buraco de avestruz
para eu me esconder de minha insensatez.
Fugir de mim mesmo,
desaparecer simplesmente.
Ontem o mundo era tão pequeno
e tantos olhos a me vigiar,
tantas vozes mudas a me criticar,
que nem as ouvi.
Apenas senti a minha mente
mentindo a mim mesmo.
Hoje já não há tanto peso.
Amanhã nem sei se vou lembrar,
nem sei se vou a algum lugar.
Luanda, 25 março de 2010
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