Ouvi algo sobre mudanças,
boatos sobre um "front",
notícias de muitas mortes.
Disseram que vai mudar.
São boas novas,
são alvissareiras visões.
Muitos estão contentes.
Agora já são poucos a discordarem.
Agora já são poucos a se imolarem.
Agora já são poucos a se importarem.
É a revolução do bem,
é a revolução da verdade.
Pena que a verdade é tão diferente
naqueles corpos ensangues da guerra.
Pena que a verdade muda tanto
e assim tão rápido
como um projétil que perfura um crânio.
Ou uma vida, agora inerte.
A verdade não lhe ressuscitará
porque a verdade mente,
desde que ela já não lhe diz nada
ou nada serve aos seus ouvidos surdos,
sua voz calada e olhos cerrados.
Seu corpo vexado,
fechado para mais algum dia,
mais alguma guerra.
A revolução agora é dos vermes
e transformarão essa carne podre.
Luanda, 06 de março de 2010
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