23 março 2008

Lembranças esquecidas

Sinto minh’alma cada vez mais fraca
Sinto minha calma cada vez mais forte
Sinto que nada poderei sentir
Sinto pena de minha pena de mim
Tenho vontade apenas de amarar...
Minha vontade secreta era amar
Mas nem sei porque poderia eu querer
Sei o mal que pode me fazer
Por isso sempre me esqueço minhas ilusões
Sigo sempre em frente por toda vida
Sempre em rumo e naquela direção
Mas eu não busco nada
Sei que nada poderei encontar
Apenas a dor e o sofrimento
Apenas frio ou calor a cada momento
Se soubesse porque bate meu coração
Porque pulsa em minhas veias sangue tão bom?
E ainda como, durmo, bebo e adoeço
E fabrico fezes e esterco mental
Me diga alguma coisa
Se estou certo ou errado ou se sou bom ou ruim
Se eu preciso viver ou se nada mais posso fazer
Pena que eu não vivo mais a minha vida
Doei-a a você a tanto tempo
Mas nada posso reclamar
Até sorri por vezes
Hoje tenho lembranças
Esquecidas lembranças



Luanda, 23 de Março de 2008

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